Depois de 2 anos de espera, chega aos cinemas brasileiros o mais novo trabalho do diretor Hayao Miyazaki com o estúdio Ghibli.
Em meio a tantos filmes da era digital, feitos da tecnologia 3D, computação gráfica e outros recursos tecnológicos, devemos erguer as mãos para os céus e agradecer por ainda termos um diretor que trabalha da forma mais tradicional e consegue com mais intensidade nos transportar de volta à nossa infância. Sem desmerecer os trabalhos digitais, pois alguns realmente se superam, não há nada melhor do que assistir uma animação pintada com lápis de colorir, trazendo belas histórias e com uma pureza incrível. Miyazaki sabe muito bem disso. O diretor opita por trabalhar da forma como sempre trabalhou, ele sabe que suas obras mesmo sem os altos recurso tecnológicos consegue transmitir a pureza e a leveza como poucas conseguem transmitir.
Assim como Miyazaki, sou apaixonado por crianças. E nos seus filmes são mostrados uma pureza tão maravilhosa que brilha os olhos. A relação e o carinho dos novos amigos são qualidades que o diretor consegue transmitir como ninguém. Ponyo e Sosuke lembram a pureza das crianças de Meu Amigo Totoro, Mei, Satsuki e Totoro. As coisas simples como gostar de presunto, andar com um balde pendurado nas mãos, as expressões de sono, andar de mãos dadas, revelam o quão pura e simples são as obras do diretor. E é isso que faz valer o filme todo. Poucos filmes consegue com tanta beleza transmitir uma sensação infantil dentro de nós.
Claro que não pode faltar as fábulas. Além de transmitir um mundo infantil, o filme tem sim uma história. Por ser um filme mais infantil a história é mais simples, por isso será mais fácil para as crianças assisti-lo do que assistir A Viagem de Chihiro ou Princesa Mononoke, por exemplo. Aliás, contar história é uma das especialidades do diretor. Suas histórias podem ser as mais simples que existem, seus filme podem ter apenas dois cacos de vidro, mas o cara compõe um história criativa. Ponyo após lamber o sangue de Sosuke, tem seu DNA alterado, então começa a se transformar em humana, mas um poder descontrolado é libertado e por conta disso o planeta fica em perigo. A lua começa a se aproximar, o nível do mar é alterado, e surgem grandes problemas para os moradores locais.
Quando começa a se falar de Miyazaki, há muito o que falar, quem ainda não teve a oportunidade de assistir algumas de suas obras, procure-as o mais breve possível, mesmo que algumas delas sejam difíceis de encontrar, vale muito a pena. Ponyo foi cotado entre as 20 animações para concorrer o Oscar de 2010 mas assim como o fantástico Mary e Max ele ficou de fora. Mas ainda assim foi reconhecido pelo Festival de Veneza no qual recebeu a indicação de Melhor Filme e também a recepção dos japoneses que juntos somaram mais de 165 milhões de dólares e 200 milhões somados em todo o mundo.
Nota: 8.0
por Andinhu S. de Souza