A Mentira (2010) de Will Gluck

- Por favor, eu queria uma Bíblia!

– Fica bem ali na sessão dos Mais Vendidos, ao lado de Crepúsculo!

Um dos filmes adolescentes mais comentados e esperados do ano e também um dos finalistas do prêmio de Melhor Atriz no Globo de Ouro, A Mentira é o típico filme adolescente que se destaca por trazer várias referências pop e que já chega dizendo para o que veio. Cheio de músicas badaladas, personagens reais, e nada de superficialidade.  Pode-se dizer que A Mentira é um tanto original, trazendo tramas originais e super realistas, com diálogos inteligentes, que fazem toda a diversão do filme. Esquece piadas idiotas e fáceis, daquelas que estamos acostumados a ver no cinema adolescente. A Mentira, veio pra dar um novo gás no gênero e que pode até mesmo se tornar um novo ícone, assim como Superbad, dentro do gênero.

Ainda sem muitas experiências na direção, o diretor Will Gluck, responsável pelo filme também adolescente, Pelas Garotas e Pela Glória, reúne aspectos básicos e simples, mas os lança na tela de forma inteligente. O início pode não parecer um filme chamativo, mas logo quando o mal entendido toma conta do colégio, acompanhamos uma sucessão de acontecimentos que será explorado durante o filme. Emma Stone interpreta a garota virgem e inquieta Olive, que mente para uma amiga sobre a noite que passou com um rapaz e perdeu a virgindade. No dia seguinte, o colégio inteiro está sabendo da fofoca e Oliver terá que sustentar a mentira e provar que não é mais virgem.

Isso é só o começo do que o roteiro nos reserva.  Pra provar que não é mais virgem, Oliver não poderá mais agir como uma, o que desencadeará uma série de situações que nem mesmo a personagem esperava vivenciar. E desta vez, quem diria? o título caiu como uma luva para o filme, que tem tudo haver com a trama, mostrando o que uma mentira é capaz de fazer.

Não é a comédia perfeita, até porque, os personagens secundários, como os virgens que precisam da ajuda de Oliver, já que ela finge transar com eles pra que todos fiquem sabendo que perderam a virgindade (em troca de dinheiro), ou então o grupo moralista de cristãos, no qual o diretor tentou levantar um debate, mas que não deu muito certo pela forma estereotipada com a qual foram tratados. Ou a amiga safadona, que só se importa com o tamanho dos seios, talvez esses personagens foram explorados ou representados de uma forma bastante caricata e estereotipada deixando o filme um pouco mais artificial, além de o filme se perder no final, caindo mais para o lado comédia-romântica, e abrindo espaço para os clichês.

Mesmo com alguns desses problemas, o filme tem força suficiente pra divertir de forma diferente, com piadas que tem mais força dentro dos diálogos, com situações que todos os jovens se identificarão, já que o filme trata de um assunto cotidiano e estar enfestado de referências dos filmes adolescentes dos anos 80 principalmente os de John Hughes, Além de ter cenas impagáveis com um humor diferenciado. Dificilmente veremos uma cena de sexo falsa mais hilária do que a de Oliver e Brandon. E Emma Stone tem o filme nas mãos.

Nota: 7.0

por Andinhu S. de Souza